Leia a Bíblia, Livro de ESTER, Capítulos 1 a 10.
Sabermos que uma das coisas mais difíceis na vida cristã é submetermo-nos inteiramente à vontade de Deus. Não é fácil deixar fluir em nós a graça divina, deixar o Senhor agir, dispondo de nosso querer, nosso entender e nosso pressupor.
Nesse Dia Internacional da Mulher, Ester é uma das muitas mulheres da Bíblia que nos inspiram. No Livro que tem seu nome não encontramos sequer uma vez a palavra DEUS. Entretanto, a Sua presença e direção são sentidas nos seus dez capítulos.
Criada por seu tio Mardoqueu, Ester, judia , 'bela de parecer e formosa à vista', prestou-se valentemente para o livramento dos judeus. Tendo fé, não enfrentou o rei sem antes preparar o seu coração. Jejuou três dias e três noites para ir falar-lhe.
Ester foi prudente ( pois sabia que a missão recebida era grande demais para agir com as suas próprias forças ) e corajosa ( pois conseguiu destruir o projeto de Hamã contra o seu povo numa época em que as mulheres não possuiam um papel de destaque ), deixando-se guiar pelo Espírito de Deus ( podemos verificar isso através da sabedoria das suas palavras nos versos três e quatro do sétimo capítulo ).
Sem dúvida nenhuma, a mão do Senhor estava sobre ela. Contudo, o mais importante é que ela deixou-se conduzir.
Não haveria 'luz, e alegria, e gozo, e honra' para os judeus se Ester tivesse sido omissa. O povo djudeu jamais seria exaltado se não pudesse contar com a fidelidade de Ester.
Foi uma vida usada por Deus. Ela viveu no centro dos problemas. Sofreu, suportou e procurou resolver.
Ester nos ensina que quando, mesmo em meio às desolações, paramos para ouvir a voz de Deus e então sentimos a Sua presença, nossas forças se renovam e dEle nos vem a coragem para viver e prosseguir, sejam quais forem as dificuldades.
Mas ela também nos ensina que ao nos colocarmos totalmente ( sem restrições ) nas mãos de Deus, submetemo-nos inteiramente à Sua vontade, Ele nos aperfeiçoa, tornando-nos pessoas vibrantes, desprendidas de nós mesmas e úteis.
Ainda hoje temos necessidade de pessoas assim : ainda que fracas, limitadas, falhas, pecadoras e imperfeitas, não tentam resolver os problemas por si mesmas ( pois isso as leva ao fracasso tal que sequer se consegue tirar algum proveito ), mas deixam-se guiar pelo Espírito Santo de Deus.
Podemos estar certos(as) de que Deus tem um plano para cada um de nós. E para isso, Ele mesmo nos prepara, nos capacita, nos aperfeiçoa convenientemente, segundo a Sua vontade e o Seu querer.
Nada há a temer, pois 'sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.' ( Rom. 8,28 ). Basta que deixemo-nos conduzir, deixemos o Senhor agir em nós, por nós e para nós, apesar de nós.
Pastores Pedro e Susylaine
Como sabemos, estamos no período da Quaresmoa. E como já foi dito, a Quaresma é um período de perdão, onde a própria Igreja é chamada a converter-se dos seus maus caminhos. Assim sendo, não poderíamos deixar de falar sobre um tema tão importante e essencial para nós, cristãos.
Sem dúvida nenhuma, o perdão representa um dos eixos mestres, básicos, do movimento de Jesus ( daquilo que ele pregou, ensinou e viveu ). Nós jamais poderíamos considerar a vida e obra de Jesus Cristo sem nos determos, pelo menos por um pouco de tempo, na questão do perdão. Isso fica ainda mais claro ao notarmos o perdão fazendo parte do Pai-Nosso. Isso porque o Pai-Nosso é a bandeira do movimento de Jesus. Nele, Jesus resume tudo o que Ele acredita e vive. Tanto que, na Igreja Primitiva, o Pai-Nosso era privilégio dos membros batizados. Assim, os catecúmenos só poderiam orar tal oração depois de batizados ; sendo o Pai-Nosso, portanto, uma das marcas dos cristãos da época.
Mas o perdão é tão importante para Jesus que Ele não se contenta em tê-lo apenas no Pai-Nosso. Logo depois de orar, ele ainda dá algumas orientações claras e precisas, sobre o perdão. Na realidade, Jesus está nos dizendo que há uma condição para que a nossa oração seja ouvida e atendida. Trata-se de uma condição sem a qual não estaremos orando bem. Lembram-se da orientação de Tiago? ('[...] pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjares em vossos prazeres.' ( Tiago 4,3 ). Para que estejamos orando bem, para que nossa oração possa ser ouvida e atendida, também é preciso que tenhamos perdoado e estejamos dispostos a perdoar.
Sem isso, sem que o perdão faça parte da nossa vida, sem que estejamos sempre predispostos a perdoar, nós não podemos nos considerar cristãos.
É bem da verdade que o acusar é muito pesado para qualquer um de nós. Tanto, que o atirar a primeira pedra não realizado por ninguém, nem mesmo por aquele que o poderia ter feito : Jesus.
Em todos os Evangelhos, ou melhor, em toda a vida, pregação e ensinamento de Jesus e que nós temos conhecimento, Jesus sempre recebeu a todos sem exceção ou discriminação ; sem qualquer pré-condição. Ele sempre recebeu a todos de braços abertos, recebeu-os como eram e como estavam : necessitados, pecadores, doutores, doentes, limitados, maltrapilhos, ricos, fracos, judeus, pobres, pequenos... Sua condição ou estado não importava, Jesus veio justamente para eles ( 'Mas Jesus, ouvindo, disse : Os sãos não precisam de médico, e sim, os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa : Misericórdia quero, e não holocaustos ; pois não vim chamar justos, e, sim, pecadores [ao arrependimento].'(Mt. 9,12-13)).
Que nós possamos, a exemplo de Jesus, ser verdadeiros cristãos. Cristãos que refletem o próprio Cristo em suas vidas. Que nós possamos não só nesse período de Quaresma, mas em toda nossa vida, viver e procalmar o perdão a todos (as ) e, certos de que o Pai está sempre disposto a nos perdoar, que nós possamos nos achegar a Sua presença como somos : pecadores, sem máscaras.
Pastores Pedro e Susylaine.
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